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Atualmente, no mundo globalizado, a tendência quanto à implantação de sistemas de gestão em diversos tipos de organizações empresariais é a “unificação” das diferentes áreas de gerenciamento, passando ao chamado Sistemas de Gestão Integrados. Tal fato deve-se a diversos fatores, como a compatibilidade das normas de referência utilizadas como diretrizes para a implantação dos sistemas de gestão.

A ISO 9001(Qualidade), ISO 14001 (Meio Ambiente), OHSAS 18001 (Segurança e Saúde do Trabalho) e SA 8000/NBR 16000 (Responsabilidade Social) possuem a mesma base. As quatro fundamentam-se no princípio da melhoria contínua, isto é, no ciclo PDCA (Plan – Do – Check – Act).

Esse projeto tem por objetivo verificar as diretrizes normativas e especificações de referência quanto à implantação do Sistema de Gestão Integrado em uma empresa de médio porte no ramo de montagens industriais e locação de guindastes.

 

1-          Desenvolvimento

 

2.1- Definição de Sistemas de Gestão

A definição de sistema pode ser entendida como um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, forma um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função. Realizando uma análise sob o aspecto organizacional, os objetivos de um sistema de gestão são de aumentar constantemente o valor percebido pelo cliente nos serviços ou produtos oferecidos, o sucesso no segmento de mercado ocupado (através da melhoria contínua dos resultados operacionais), a satisfação dos colaboradores com a organização e da própria sociedade com a contribuição social da organização e o respeito ao meio. Para que esses objetivos sejam alcançados, é importante a implantação e implementação de uma metodologia de análise e solução de problemas, para estabelecer um controle de cada ação. Existem diversos métodos sendo utilizados, a maioria deles está baseado no PDCA:

 ciclo

  • Plan (Planejar): estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer resultados de acordo com os requisitos do cliente e políticas da organização;
  • Do (Fazer): Implementar os processos;
  • Check (checar): monitorar e medir processos e produtos em relação às políticas, aos objetivos e aos requisitos para o produto e relatar os resultados;
  • Act (agir): executar ações para promover continuamente a melhoria do desempenho do processo.

2.2-  Estudo da empresa

CLM INDÚSTRIA E COMERCIO LTDA, cujo nome fantasia é Caldemil já atua há 15 anos no mercado de Locação de Guindastes e Montagens Industriais, assim se torna uma prestadora de serviços.

Dentre os trabalhos prestados estão: manutenções industriais, fabricação industrial e a montagem industrial, alem da locação de equipamentos para levantamento de cargas. Com essas atividades, o CNAE principal registrado é: 28.69-1-00 e o grau de risco apresentado é: 3.

O quadro funcional varia conforme a sazonalidade anual, ou seja, a empresa tem um maior numero de colaboradores nos períodos entre safras. Uma vez que as usinas, onde é sua maior atuação, utiliza sua mão de obra com maior freqüência nessa época para desmontagem e montagem de equipamentos.

Na matriz, há setores como escritório/RH, almoxarifado, diretoria, obras/engenharia, caldeiraria, mecânica de caminhões e guindastes. A maioria dos funcionários são homens de baixa escolaridade (abaixo de ensino médio) e idade média entre 30 a 45 anos. No setor de escritório/RH, almoxarifado, e engenharia é onde domina o ensino médio, técnico e graduações. É onde facilitara a aplicação de sistema de gestão.

O organograma empresarial segue o seguinte modelo:


O modelo de estrutura de trabalho a ser estudado nesse projeto será fundamento no que se faz dentro da sede. De uma forma esquemática, o processo produtivo típico de uma indústria de metal-mecânica que atua na fabricação de estruturas metálicas e caldeiraria. As atividades serão descritas nos tópicos a seguir, abordando os principais impactos ambientais e riscos à saúde e segurança do trabalho, qualidade, e responsabilidade social decorrentes das atividades deste segmento industrial.

 

3 -  Gestão de Qualidade

De acordo com o Dicionário Michaelis, a palavra “qualidade” deriva do latim qualitate e significa atributo, condição natural ou propriedade pela qual algo ou alguém se individualiza, distinguindo-se dos demais. A palavra também pode expressar o grau de perfeição, precisão ou conformidade a certo padrão. Em outras palavras, como afirma o Dicionário Aurélio, é a maneira de ser de algo ou alguém, sua superioridade ou excelência. A partir dessa definição pode-se afirmar que, aplicada ao ambiente organizacional, a qualidade é um dos atributos de um produto ou serviço.

A Norma Brasileira ABNT NBR ISO 9000 define qualidade como “grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos”. Ou seja, para que um produto ou serviço tenha qualidade, é fundamental saber a quem ele se destina e qual a sua expectativa. A qualidade de uma organização, portanto, dependerá do grau de satisfação de seus clientes com relação aos produtos ou serviços que ela oferece. Para atender ao cliente, uma organização, seja ela uma indústria, uma prestadora de serviço ou um órgão governamental, reúne uma série de recursos como mão de obra, matéria-prima, equipamentos, conhecimento, tempo etc. Por meio de processos específicos, esses recursos são transformados no produto ou no serviço solicitado pelo cliente. A organização e o controle desses processos são o que irá garantir o nível de qualidade desse produto. A proposta de um Sistema de Gestão da Qualidade é exatamente esta: identificar, organizar e gerenciar os processos de uma organização, a fim de garantir a qualidade de seus produtos e/ou serviços.

 Além da metodologia Ciclo PDCA, a ABNT NBR ISO 9001 – Sistema de Gestão da Qualidade – Requisitos apresenta os 8 princípios da qualidade. Trata-se de um conjunto de parâmetros, oriundos da experiência de inúmeras organizações do mundo todo, que poderão ser utilizados pela organização com o intuito de melhorar seu desempenho, são eles:

  • Foco no cliente;
  • Liderança;
  • Envolvimento das pessoas;
  • Abordagem de processos;
  • Abordagem sistemática para gestão;
  • Melhoria continua;
  • Abordagem para tomada de decisões;
  • Benefícios mútuos nas relações com fornecedores.

Alem desses princípios existem quatro requisitos básicos para implantação desse sistema:

A empresa campo de projeto, não conta com selo de qualidade ISO 9.001, entretanto seus trabalhos muitas vezes são prestados para organizações que o possuem.

Para ter qualidade em seus processos a cada obra que será iniciada é feito uma peça como caixas em aço inox, tubos ou dutos de pequeno tamanho e enviado ao cliente para que se verifique o processo industrial, como solda, traçagem, furação, montagem e limpeza.

Nessa operação, nem todos os funcionários participam, e assim não seguem um processo de qualidade e conformidade. Pode-se, dessa forma, abrir questionamentos dos clientes por não um padrão a ser seguido.

A implantação da norma ISO 9001, trará uma melhoria continua para a organização e conhecimento da qualidade e padronização de seus processos pelos seus clientes e fornecedores.

Com a chegada do produto no tempo certo, administração dos recursos, foco no pedido do cliente, liderança e colaboração da diretoria, envolvimento de todos os setores, e fabricação dentro dos padrões estabelecidos o sucesso está garantido e o retorno será satisfatório. Entretanto o selo não condiz apenas na vontade dos colaboradores e chefias. Contam também com a modernização de maquinários e atendimentos legais de demais normas. O processo de normalização é saudável e fundamento para reconhecimento de qualidade isolada, mas também requer investimentos altos.

Para empresa CLM, a indicação de melhoria em qualidade é cumprir as normas regulamentadoras vigentes e padronizar o sistema de produção para todos os funcionários através de ordens de serviços, treinamentos específicos.

 

2.4 – Gestão de Meio Ambiente

Segundo a ISO 14000, o Sistema de Gestão Ambiental – SGA é definido como “a parte do Sistema de Gerenciamento Global que inclui a estrutura organizacional, o planejamento de atividades, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para o desenvolvimento, implementação, alcance, revisão e manutenção da política ambiental”.

A certificação é um procedimento pelo qual um terceiro fornece prova escrita de que um produto, processo ou serviço atende a requisitos e normas especificados. A certificação de SGA permite concluir que a organização possui uma política ambiental e que está implementando-a em conformidade com os requisitos da norma referencial, ou seja, a ISO 14001.

Cabe “ressaltar que, dentre as normas da série ISO 14000 apenas a ISO 14001 é certificável”, isto é, estabelece uma diretriz que pode ser validada por terceira parte, sendo a ISO 14004 um guia de implantação da ISO 14001.

Com o processo de produção da empresa campo de projeto, ainda seus setores, o impacto ambiental será descrito na tabela abaixo:

 

Etapas do Processo

Emissões Atmosféricas/ Efluentes Líquidos/ Resíduos Sólidos

Recebimento de matéria-prima/ Transporte de materiais

Recipientes vazios; efluente líquido originados de vazamentos em veículos, material particulado, combustível, nevoa e vapores

Traçagem e corte

Fluido de corte nevoa e vapores, borras, óleos, lubrificantes, material particulado, estopa

Furação e usinagem

Fluido do corte nevoa e vapores, borras, óleos, material particulado, estopa

Soldagem e montagem

Óleo, sucata, nevoa cavacos, material particulado

Limpeza e acabamento

Sabões, detergentes, vapores, recipientes vazios, água

Pinturas, tratamentos de superfície, lixamento

Tintas, solventes, metais em suspensão, nevoas

Inspeção e expedição

Material particulado, madeira, cordas, plásticos

Higiene, Escritórios e Almoxarife

Papel, plástico, sabões, água, recipientes vazios.

Tabela 1 Impactos Ambientais

A pratica de preservação ambiental é realizada somente no que tange aos efluentes líquido oleosos e sucata de peças produzidas.

No processo fabril e manutenção de guindastes é utilizada grande quantidade de óleo. Esse vai para a ETE e após é armazenado em tambores e recolhidos por empresas especificadas.

É proposto para organização que se faça o uso da ETE, visando poluir menos o ambiente de trabalho, e ainda minimizar os riscos de acidente e o uso de óleos. Para isso deve ser colocados calhas e ralos no chão com ligados na estação de tratamento.

Já para sucatas de peças produzidas, ao chegar à matéria-prima e fazer o processo de construção de peças, o que sobra vai para reciclagem interna e é utilizado para outras fabricações.

Outra proposta pratica é para o setor administrativo, onde a diminuição de folhas impressas pode gerar economia para empresa alem de ser indicador de impacto ambiental. Foi proposto então que se reutilizem folhas de rascunho e quando possível use paginação frente-verso.

Na cidade em que está sediada a organização não tem coleta seletiva, porem dentro da CLM foi proposta a implantação, e fica a critério da direção contratar uma empresa que busque os resíduos separados, ou doar para reciclagem.

 

2.5 -  Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho

Na década de 70, com a criação da Fundacentro, órgão ligado ao MTE – Ministério do Trabalho e Emprego, as primeiras pesquisas sobre saúde e segurança ocupacional foram desenvolvidas. Com a publicação da Lei Federal nº 6514/77, que alterou o Cap. V do Tít. II da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas e da Portaria 3214/78, que aprovou as Normas Regulamentadoras (NR), relativas à SST – Saúde e Segurança do Trabalho, houve um grande salto rumo a melhores condições de trabalho. Contudo, a realidade era demonstrada por uma tímida atitude prevencionista, iniciada pelos primeiros profissionais de saúde e segurança ocupacional e um comportamento punitivo e policialesco por parte dos órgãos fiscalizadores governamentais.

Sensível evolução ocorreu nas décadas de 80 e 90, com as alterações das normas referentes às práticas de SST, principalmente com o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR – 9, e o PCMSO – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional NR – 7. Outra evolução ocorreu com a criação da CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes NR – 5, cuja finalidade é, através da ação dos próprios trabalhadores, promover a melhoria das condições dos ambientes de trabalho.

No final da década de 90 havia uma carência e demanda muito forte por parte das empresas ao redor do mundo por uma norma internacional para o sistema de gestão de saúde e segurança que pudesse servir como base para a avaliação e certificação de seus próprios sistemas de gestão nessa área. Por iniciativa de diversos organismos certificadores e de entidades nacionais de normalização foi publicado, pela BSI – British Standards Institution, em 1999, a especificação OHSAS 18001, cuja sigla significa Occupational Health and Safety Assessment Series.

 

Como é visto, não está adequada a OHSAS 18.001. Para essa, deve atender alem dos padrões nacionais os detalhamentos e requisitos gerais da norma.

Foi indicado que entre em conformidade com todas as normas que estão irregulares, tanto para saúde e segurança do colaborador, quanto para evitar possíveis fiscalizações e penalidades.

 

2.6 – Responsabilidade Social

        De acordo com a política da Norma SA 8000:

9.1 A alta administração deve definir a política da empresa quanto à responsabilidade social e as condições para assegurar  que ela:

a) inclua um comprometimento para estar em conformidade com todos os requisitos desta norma;

b) inclua um comprometimento para estar em conformidade com as leis nacionais e outras leis aplicáveis, com outros requisitos aos quais a empresa subscrever e a respeitar os instrumentos internacionais e suas interpretações (conforme listado na Seção II);

c) inclua um comprometimento com a melhoria contínua;

d) seja efetivamente documentada, implementada, mantida, comunicada e seja acessível de forma abrangente para todos os funcionários, incluindo-se diretores, executivos, gerências, supervisores e a administração, quer seja diretamente empregado, contratado ou de alguma forma representando a empresa;

e) esteja publicamente disponível.

9.3 A empresa deve nomear um representante da alta administração o qual, independentemente de outras responsabilidades, deve assegurar que os requisitos desta norma sejam atendidos;

9.4 A empresa deve proporcionar condições para que funcionários sem função gerencial escolham um representante de seu próprio grupo para facilitar a comunicação com a alta administração sobre assuntos relacionados com esta norma.

Para Norma NBR 16000:

3.2 Políticas da responsabilidade social:

A Alta Administração deve definir a política da responsabilidade social da organização, consultando as partes interessadas, e assegurando que esta:

a) seja apropriada à natureza, escala e impactos da organização;

b) inclua o comprometimento com a promoção da ética e do desenvolvimento sustentável;

c) inclua o comprometimento com a melhoria contínua e com a prevenção de impactos adversos;

d) inclua o comprometimento com o atendimento à legislação e demais requisitos subscritos pela organização;

e) forneça a estrutura para o estabelecimento e revisão dos objetivos e metas da responsabilidade social;

f) seja documentada, implementada e mantida;

g) seja comunicada para todas as pessoas que trabalham para, ou em nome da organização;

h) esteja disponível para o público; e

i) seja implementada por toda a organização.

        A empresa campo de projeto não segue nenhuma das políticas de Responsabilidade Social. Os únicos feitos pela organização são integração entre famílias e colaboradores com churrasco e sorteio de brindes.

        A proposição para organização é que se faça maior interação com o funcionário, ou seja, participe mais da vida pessoal, através de ergonomia cognitiva, apóio psicológico, visitas da família até a empresa, campeonatos de futebol e premiações.

 

3 – Sistema de Gestão Integrada

Muitas empresas do ramo de prestação de serviço não dispõem de recursos financeiros para a certificação de algumas normas regulamentadoras, tais como: qualidade, meio ambiente, saúde e segurança e responsabilidade social, o que as tornam menos competitivas e muitas vezes desclassificadas em processos licitatórios.

O sistema de gestão integrado, através de seus indicadores demonstra os pontos fortes e fracos da empresa, de tal forma que bem administrados a empresa possa agir rapidamente, planejando suas atividades de maneira mais eficaz, formando uma cultura na organização de modo que todos possam admitir suas dificuldades desde o operário mais simples até a alta administração.

A identificação do problema e de sua causa facilita o controle e a adoção de medidas preventivas ou corretivas antes da decadência da empresa.

A falta de controle de indicadores que são verdadeiramente os termômetros da empresa é o exemplo do fracasso de muitas organizações.

Desta forma, as empresas percebem que a certificação já não é mais um ponto desfavorável para as concorrências, desde que se tenha um sistema evidenciado em conformidade com a certificação exigida. A incorporação de normas como a ISO-9001 (Qualidade), ISO-14001 (meio ambiente), OHSAS 18001 (saúde e segurança) e ISO-16001 (responsabilidade social) ao empreendimento, formando um único sistema de gestão integrado na empresa, pode contribuir para que esta seja mais competitiva em função dos seguintes fatores:

• A adoção de um sistema único de gestão evita gastos desnecessários com programas e ações que se repetem nos sistemas de gestões isolados;

• Por meio de uma política de gestão integrada, com as suas diretrizes, objetivos e metas bem definidas a empresa pode melhorar seus resultados;

• A junção dos requisitos que consideram a qualidade, meio ambiente, saúde e segurança e responsabilidade social a um Sistema de Gestão Integrado, podem ser considerados como eficaz, sem necessariamente esse sistema ser certificado, uma vez que suas diretrizes vão de encontro com as respectivas normas e ao propósito da empresa;

• A expectativa é que as empresas contratantes não façam diferenças na contratação entre uma empresa certificada e uma não certificada, desde que ela mantenha um sistema de gestão integrado que contemple os requisitos de qualidade, meio ambiente, saúde e segurança e responsabilidade social e demonstre sua prática.

 

3.1 – Tipos de implantação do SGI

De acordo com alguns autores, e como já verificado em históricos de organizações existem modelos de integrações de sistemas.

Para o autor Labodová (2003) existem duas formas de integração:

  • Implementação seqüencial de sistemas individuais – qualidade, meio ambiente e saúde e segurança – são combinados, formando o SGI;
  • Implementação do SGI, sendo que apenas um sistema engloba todas as três áreas. Para essa forma de implementação, a metodologia escolhida está baseada nas teorias da análise de risco, cujo significado pode ser usado como um fator integrador – risco para o meio ambiente, para a saúde e dos empregados e população ao redor e risco de perdas econômicas decorrentes a problemas no produto

Já para o autor Soler (2002):

  • Sistemas Paralelos: Os sistemas são separados e, para suas diferentes especificidades (saúde e segurança do trabalho e meio ambiente), apenas os formatos quanto à numeração, terminologia e organização são semelhantes.
  • Sistemas Fundidos: Neste caso, há o compartilhamento de algumas partes dos sistemas de gestão relacionadas com procedimentos e processos, porém continuam sendo sistemas separados em várias outras áreas. O grau de integração, em geral, dependerá da própria organização
  • Sistemas Totalmente IntegradosA proposta do SGI envolve um sistema de gestão homogêneo, adequado tanto aos requisitos da ISO 14001 e aos da BS 8800 / OHSAS 18001. Todos os elementos dos sistemas de gestão são comuns.

Os elementos relativos aos requisitos de cada uma das normas que não forem comuns tornam-se procedimentos independentes.

Segundo Soler (2002), “o principal argumento que tem compelido as empresas a integrar os processos de qualidade, meio ambiente e de segurança e saúde no trabalho é o efeito positivo que um SGI pode ter sobre os funcionários. A sinergia gerada pelo SGI tem levado as organizações a atingir melhores níveis de desempenho, a um custo global muito menor”.

Visto que ainda não há uma norma ou guia específico para implementação de SGI, a mesma deve estar baseada no atendimento aos requisitos específicos das normas ISO 14001 e pelos guias (ou diretrizes) BS 8800 e OHSAS 18001. Além disso, é importante salientar que não existe organismo credenciador que tenha estabelecido. procedimentos permitindo a emissão de certificados baseados em SGI. Os requisitos devem, portanto, contemplar os seguintes elementos:

• Análise crítica inicial;

• Política integrada de meio ambiente e segurança e saúde no trabalho;

• Planejamento, implementação e operação;

• Verificação e ações corretivas;

• Análise crítica pela administração.

 

Conforme Soto Delgado e Senatore (2001), um possível sistema de elementos para implantação de SGI está esquematizado na figura:

 

Para empresa Caldemil, o tipo sistema proposto foi o de Soler, onde o efetivo positivo é sobre o funcionário. A implantação será de modo fundido onde algumas partes do sistema continuaram trabalhando de forma separada. O que será integrado totalmente em procedimentos e processos será:

  • Treinamentos;
  • Fichas de registros de funcionários (com controle de EPI);
  • Exames médicos;
  • Documentos da empresa;
  • Ordens de serviço;
  • Controle de não conformidades;
  • Prazos de entrega de obras.

Esses dados deverão estar ao alcance de todos colaboradores que ocupam cargos superiores através de programas informatizados podendo ser acessado a qualquer momento.

Outra forma de implantar a política QSMS é usar a ordem de serviço para ser liberada por setores como segurança e saúde do trabalho, qualidade e meio ambiente, dessa forma garante um processo seguro com poucos impactos e que satisfaz o cliente.

 

4 – Considerações Finais

O Setor de Prestação de Serviços atravessa uma fase de fortes desafios, em um ambiente competitivo, que decorrem de uma economia onde aquele que identificar primeiro a necessidade do público-alvo ou dos clientes, conseqüentemente, aproveitará melhor as oportunidades.

A contribuição de um modelo de sistema de gestão integrado numa prestadora de serviços é uma forma estratégica de completar os recursos que a organização possui para desempenhar melhor as suas atividades, onde os esforços são direcionados para manter e conquistar novos clientes, por meio de uma estrutura organizacional voltada para oferecer serviços com qualidade superior aos dos concorrentes; serviços executados com segurança, preservando a integridade física e a saúde do trabalhador; demonstrando a sua prática nas questões de responsabilidade social e respeitando e preservando a natureza.

A junção dos requisitos das normas ISO-9001 (qualidade), ISO-14001 (meio ambiente), OHSAS 18001 (saúde e segurança) e NBR-16001 (responsabilidade social) ao empreendimento, formando um único sistema de gestão integrado na empresa prestadora de serviço, pode ser considerada eficaz, sem necessariamente esse sistema ser certificado, uma vez que suas diretrizes vão de encontro com as respectivas normas e ao propósito da empresa.

A certificação na maioria das vezes requer modificações de maquinários, matérias-primas e isso aumentará os custos internos. Com crises no setor sucroalcooleiro que vem se desenvolvendo desde a crise mundial de 2008/2009, no momento para empresa estudada não é conveniente buscar certificação com órgãos conveniados, e apenas seguir políticas e regras de normas para mais tarde quando o setor usineiro se afastar da crise buscar essa meta.

 

5 – Referencias

 

  • Associação brasileira de normas técnicas. Empresas certificadas ISO 9000.

.

  • OSHA. OSHA 18000. Occupational Safety and Health Administration. U.S. Department of Labour. Disponível em: .

 

  • SOLER, Luís Alberto de. Diagnóstico das Dificuldades de Implantação de um Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Meio Ambiente e Saúde e Segurança na Micro e Pequena Empresa. Tese de Mestrado – Gestão Ambiental – UNIOESTE, Santa Catarina, 2002.

 

  • Ribeiro Neto, João Batista M.

Sistema de gestão integrados: qualidade, meio ambiente, responsabilidade social, segurança e saúde no trabalho/ João Batista M Ribeiro Neto, Jose Cunha Tavares, Silvana Carvalho Hoffmann – São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.